Só Maranhense entende...rsrsrs!! Leia e vê se vc vai entender...!!!
UM DIA NA VIDA DE REGINETE>
> Reginete, a empregada da casa do Vieira, chega da Rua Grande toda querendo ser, de traca amarela, uma japonesa bandeirosa com pontuação 2 números acima da sua, rebolando e exibindo sua calça nova, daquelas bem apertadas e lá no rendengue, que comprou pra sair à noite. Logo gerou um bafafá dos invejosos da rua.
> - Olha a barata do Vieira. Quer se aparecer! Tá escritinha uma fulêra!
> - E tu parece uma nigrinha dando conta da vida dos outros – retruca à mulher Seu Barriga.
> Porém, despertou também o interesse da molecada da rua. A galera do chucho parou para secar a moça. Até quem tava no desafiado. Guga largou de empinar seu papagaio aos gritos de 'lá vaiii lá vaiii...', sempre na guina para lancear melhor e com uma bimbarra reforçada , como proteção ao freio, e linha puída pelos amigos que sabotavam pisando nela, para admirar:
> - Éguass Reginete! Tá bonita como quê!
> - Hmmmm piqueno. O que é heim? Só porque to com minha calça nova? Comprei na Lobrás tá?! > Victor, o mais novo da turma, desinformado, questiona:
> - O que é Lobrás?
> - É uma loja, abestado. Ao pegado da Mesbla. Defronte as Pernambucanas. Onde a gente vai sempre capar bombom – corta Guga.
> Caverna, sempre casqueiro, largou sua curica, feita de talo de coqueiro e folha de caderno, e veio, catingando que só ele, arrumar cascaria com Guga.
> - O quê que tu quer?! A nêga é minha.
> - Hmmmm tu quer te amostrar pros teus pariceiro? Te dôle um bogue!!!
> - Me dáli??? Rapá, tu não me trisca!!!
> E a galera querendo ver o oco vem zilada jogar lenha na fogueira.
> - Éééésseeeeee!!! Tá falando da tua mãe!!! Chamou de qualhira!
> - Éééguasss... eu não deixava!!! Cospe aqui – diz Dudu estendendo a mão.
> Mas Guga não entra na conversa dos amigos:
> - Vocês só querem ver a caveira dos outros!
> - Ihhh gelão... cagou ralo heim Guga!!! Tá aberando!!!
> Até que chega Lombo, o mais velho da turma, que jogava peteca naquele momento. Ele tinha o costume de quebrar as petecas alheias na brincadeira do cai, dando um china-pau com seu cocão de aço, principalmente se fosse uma olho de gato. Utilizava, também, o recurso do olhinho, mas dificilmente só bilava. Pediu limpo, completou matança nas borrocas e depois foi pro casa ou bola. Às vezes porco ou leitão vistando. Ele intervem:
> Ê Caverna, tu já tá coisando os outros aí né?! Vaii já levar um sambacu!
> - Hen heim. Vamo já te dar um malha – confirma Guga, aliviado com a intervenção de Lombo. > - Hen heim – ironiza Caverna imitando Guga com voz afeminada.
> - Não me arremeda não!!! Olha o raspa!!!
> - Ahhh... vai te lascar!!!
> Depois do furdunço por sua causa, Reginete sai toda empolgada de lá e decide dar logo uma parada na quitanda da Zefinha, lembrando que seu Vieira havia pedido que ela comprasse alguns ingredientes para garantir o fim de semana, já que Dona Veridiana ainda não havia feito a Lusitana do mês.
> - Oi Dona Zefa. Quero camarão seco pra botar na juçara da dona Veridiana e fazer arroz de cuxá? Me arrume 3 Jeneves também, 2 quilos de macaxeira, um lidileite alimba, 2 pães massa fina e 4 massa grossa! Ahh... e uma canihouse pro seu Vieira!
> A senhora vai checar seu estoque no freezer e retorna:
> - Ê essa outra... só tem Guaraná Jesus. Vais querer? Vais querer quantas mãozadas de camarão? > - Três mãozadas tá bom. E pode ser Jesus sim.
> Ao chegar em casa com as compras, seu Vieira repreende a moça:
> - Tu fica remancheando pra trazer o cumê. To urrando de fome aqui já! Cuida piquena!! Vou só banhar e quando voltar quero ver tudo pronto.
> - Ô seu Vieira... o senhor é muito desinsufrido! Já to arreliada com uma confusão dos meninos na rua. Não me aguneia! Confie ni mim que faço tudo vuada! O senhor sabe que...
> - Já seiii... tá bom... aí fala mais que a nêga do leite. Eu heim?! – seu Vieira interrompe.
> Neste momento chega Marquinho, filho do seu Vieira, com a equipagem da Bolívia Querida toda suja. Sinal de mais trabalho pra Reginete.
> - Menino, olha essa tua roupa. Tava num chiqueiro era? Vai ficar encardidinha! Isso não sai não! E esses brinquedos?! Tudo esbandalhado! Aí não tem jeito! Olha... tá só o cieiro (ou ceroto, como queiram)!> - Tava jogando travinha com os moleques! Não enche e me dá logo esse refri aí que to com sede.
> - Hum Hum. Isso é do seu Vieira!
> - Marrapá! Por quê?! Deixa de canhenguice, piquena!
> - Deixa eu cuidar comigo que ainda quero sair hoje pra radiola no clubão! Vai rolar só pedra!
> Passada a janta, Reginete já exausta lava a louça e reflete sobre seu evento da noite: “Já estou é aziada e as meninas não ligam. Amanhã começa mais um dia de trabalho e se sair hoje ainda fico lisa pro fim de semana!”. A moça muda de idéia segue sua rotina. Todos os preparativos para a noite foram em vão? Nãããã! O importante foi chamar a atenção e não se achar mais uma no meio da multidão!














